OS DIAS SUCEDEM-SE...


A bordo os dias sucedem-se tranquilamente, ao sabor da rotina diária, neste oceano imenso e calmo “Oceano Pacifico”, Oceano este que banha as costas orientais da Ásia e da Austrália e ocidentais da América. O Pacifico é o maior dos oceanos, representa 46% da área total das águas marítimas da terra. Abrange uma área de 165 250 000 km2 e a sua profundidade média é de 4200 m. Foi o ilustre, o grande navegador português Fernão Magalhães (é com muito orgulho que profiro estas palavras, foi português…) que lhe deu o nome devido a placidez que lhe correu a viagem em 1520/1521. Contudo este oceano nem sempre é pacífico, em 1933 foi registada a onda mais elevada que atingiu 34 metros durante um furacão.
Hoje sábado, dia 17 Julho, dia diferente de todos os outros, onde se alterou o fuso horário relacionado com a”Linha Internacional da Data”, assim sendo as 12:00 h de sábado passou a ser 12:00 h de domingo, deixa-se de estar no fuso Y (Yanque), -12 h e passa-se para o fuso M (Mike), +12 em relação ao fuso horário do meridiano de Greenwich Z (zulu), (avançamos 24 h no tempo), como em Portugal estamos na hora de verão fuso A (alfa), ficando com a diferença horária de +11 horas, esta alteração vem com cerca de uma semana de atraso, motivada pela gestão da vida a bordo. Durante a tarde o navio esteve aberto a banhos, durante 2 horas a “Barca” ficou a pairar a escada de portaló foi arriada e os militares começaram a saltar para a água azul e tépida (260) deste magnífico oceano, mas ao mesmo tempo com uma sensação estranha sabendo que a profundidade era aproximadamente de 4600 metros, o que levou a alguns marujos a optar por beber serenamente umas “jolas” e olhar para os aventureiros que se encontravam na água. Ao fim da tarde e para celebrar a passagem da “Linha Internacional da Data”, toda a guarnição se juntou no poço a fim de um jantar convívio, no final um brinde, a todos aqueles que estão nesta grande aventura “A Volta do Mundo”.
Orquestrados, pelo som do clarim do Mar FZ Calçoa pelas 07:00 (alvorada), que dá o mote para mais um dia, o sol já se vislumbra acima da linha do horizonte, dia 19 de Julho, dia no qual perfazemos precisamente 6 meses, que largamos do cais de Alcântara em Lisboa.

4 comentários:

Conceição disse...

S Vieira mais uma vez nos dá boas noticias sobre a viagem não era eu que me atirava ao mar nessa profundidade homens de coragem, vai ser optimo recordar daqui a uns largos anos. Por favor diga ao meu filho que me de noticias já não falo com ele á bastantes dias , ele diz para deixar mensagens no blog da sagres mas não me respondeu a nenhuma ,sei que ele está um pouco cansado e senti que estava triste mas precisa de coragem para continuar .Um beijo para todos um muito especial para o meu filho muito querido adoro-te

A.Lourenço disse...

Então !?!?
Coragem rapaziada que o pior já passou. Se vos serve de consolo, e como já fiz referencia em comentários anteriores, essa tirada será a mais dificil. Pelo menos na "minha" volta foi. Foi um pouco mais longa, sem o "luxo" de água doce á vontade, e debaixo de temporal, toda a tirada. Portanto alegrem-se, até tiveram hipotese de ir ao banho. Pelos vistos apenas alguns, pois parece que muitos pensaram que poderia haver "craquedis".
Já falta pouco para ficarem todos com os "olhos em bico" e a partir de agora é sempre a descer.
Abraço
A.Lourenço

Rosa disse...

O que A. Lourenço diz, no comentário anterior, é fundamental, porque «o pior já passou». Claro que estar longe de quem se ama é difícil mas a vida em terra, nesta «jangada de pedra», para lembrar o nosso Saramago, também não é fácil. Lutar contra as ondas do desemprego; enfrentar os ventos da correria desenfreada do dia a dia onde não há tempo, sequer, de olhar para as estrelas; amolecer pelas esquinas na falsa tranquilidade do tédio também são coisas duras. Por isso, «coragem, rapaziada», porque a Barca aproxima-vos da felicidade do regresso.

D.M.Nascimento disse...

Como diz o Lourenço, na nossa volta essa tirada não teve nada de pacifica pois foi sempre a levar porrada e só ao fim de 27 dias é que avistamos um morro.
Quanto a banhos eram rápidos já que a águas era escassa, e não é todos os dias que se tem oportunidade de banho em pleno oceano.
Daqui para a frente,mesmo que a tempo esteja já em decrescente, as saúdes continuaram a apertar, mas numas barca como essa em que o lema é um por todos e todos por um, não faltará apoio ao que dele necessitar.
Um abraço
D.M.Nascimento