Kuala Lumpur (Malásia)

TIRADA DE SINGAPURA PARA KELANG-KUALA LUMPUR

Pela manhã do dia 23, zarpamos para uma das mais pequenas tiradas desta missão. Tirada de 2 dias entre a cidade estado de Singapura e Kelang, localidade portuária que serve essa grande capital da Malásia, Kuala Lumpur. Durante esta curta tirada, onde passamos por Malaca, e permanecemos fundeados algumas horas, aproveitou-se a presença em tais paragens para visitar este célebre território que esteve durante anos sob administração da Coroa Portuguesa. Ao pisar terra, os indícios de presença lusa, eram bem evidentes por toda a parte. Como a chamada Porta de Santiago, o que resta da fortaleza “A Famosa” construída pelos portugueses séculos atrás e posteriormente destruída por mãos holandesas. Ou a estátua de S. Francisco Xavier, erguida em frente às ruínas da igreja de S. Paulo, também ela construída por ordem lusitana. Durante as horas que o navio esteve fundeado, tivemos a agradável surpresa de receber a bordo o rancho folclórico local, que mantém vivas as nossas tradições por estas paragens longínquas, dançou-se, cantou-se, alguns momentos muito bem passados, que deu para alegrar a marujada. Ao fim da tarde, suspendemos e rumamos ao próximo porto, onde atracámos na manhã do dia 25 de Outubro. Eram 08:40 quando ecoa o apito do mestre, faina geral de atracação, logo no primeiro contacto visual, apercebemo-nos que não era o sítio mais favorável para atracar, ficando longe da localidade mais próxima, cerca de 20 minutos de táxi de Kelang, uma vez nesta cidade que não era nada de especial, tínhamos de apanhar um comboio para deslocarmo-nos para Kuala Lumpur, viagem de 1 hora.

Kuala Lumpur

Depois de longas duas horas de transportes, finalmente Kuala Lumpur, é a capital e a maior cidade da Malásia. A cidade propriamente, ocupa uma área de 244 quilómetros quadrados, tem uma população estimada de 1,6 milhões de habitantes. A Grande Kuala Lumpur, também conhecida como Vale Kelang, é uma aglomeração urbana com 7,2 milhões de pessoas. É a região metropolitana com o mais rápido crescimento do país, tanto em população quanto na economia, centro nevrálgico de um país moderno e eficiente, embora mantenha um traço tradicional em diversos bairros da cidade - uma espécie de meio-termo entre a festiva e libertina Tailândia, a norte, e a superorganizada e futurista cidade-estado de Singapura, a sul. Mais uma daquelas cidades que vai deixar saudades, ponto alto e ex-líbris desta cidade temos as famosas “Petronas” Construídas em 1998, com os seus 88 andares são actualmente o terceiro edifício mais alto do mundo, durante a noite completamente iluminada, é de facto uma visão assombrosa, onde se fica estupefacto e de pescoço contorcido ao admirar tamanho espectáculo. Onde se pode visitar grandes espaços comerciais como é apanágio por todas as grandes cidades da Ásia Oriental. Kuala Lumpur possui algumas pérolas espalhadas por outras artérias da cidade. Como a colorida “Little Índia” onde as vias estreitas com fragrância de jasmim, as pessoas e o próprio ambiente de feira permanentemente, oferecem uma diferente visão, num cenário que reproduz a atmosfera indiana. A caótica “Chinatown”, onde de tudo um pouco vende, com a certeza de nenhum produto ser genuíno, onde tudo se regateia, trazendo o produto por vezes por menos de metade do preço. Onde se pode visitar ainda edifícios históricos de arquitectura original, como a magnifica Sultan Abdul Samad, situada em pleno coração de Kuala Lumpur. Mais uma estrondosa capital que fica para a memória desta longa viagem.
Musica do Marinheiro

Singapura


Singapura, uma agradável surpresa nesta parte final da viagem, cidade do sudoeste asiático que fez o seu nome através de um crescimento económico único. Um centro financeiro moderno com muitos arranha-céus, mas também ficamos maravilhados com a sua arquitectura colonial, uma cidade em constante evolução. Apesar da mania da grandeza, que faz com que tentem bater todos os recordes imagináveis (a maior fonte do mundo, o bar mais alto da Ásia, a maior roda gigante do mundo etc.), transformando a cidade num campo em obras. Na conversa com um local, perguntei o que vai acontecer a Singapura, quando o espaço disponível na ilha para construção de mega empreendimentos acabar? Simplesmente, derrubam o velho e constroem algo mais moderno em cima. Cidade é densamente povoada com os seus cinco milhões de habitantes vivendo na ilha, esta cidade estado, tem uma densidade demográfica de 6.814 habitantes por quilómetro quadrado, o que a faz a terceira maior do mundo. Assim se percebe o seu sistema de transportes, um dos melhores do mundo, a sua rede de metro é excelente onde podemos chegar a qualquer ponto da cidade. Com o espantoso número de 71 estações numa ilha de 710 km2, com o pormenor de existir uma linha totalmente automatizada, onde não é necessário maquinista. Uma cidade extremamente limpa e com muitos espaços verdes, daí talvez, o rigor e até a proibição, chegando ao ponto de dar multa por atirar lixo na rua, onde só se pode fumar nos locais permitidos, mascar pastilhas é banido por lei, tráfico e uso de estupefacientes dá pena de morte. Nesta cidade podemos observar um grande contraste de pessoas. Para além de alguns ocidentais frutos dos negócios e do colonialismo Inglês, temos muitos indianos, malaios e chineses, uma mistura pacífica que torna Singapura única, povo extremamente simpático e hospitaleiro, onde a comunicação é fácil pois praticamente todos falam o Inglês.

... e ao fim de cinco dias alucinantes.

Vividos a um ritmo próprio de uma cidade como é Banguecoque. Sexta-feira, dia 15 de Outubro, pelas 15:00h, começamos a largar as espias, uma a uma, chegou ao fim a nossa estadia, em mais um porto. No cais muitas pessoas, não quiseram deixar de se despedir de tão ilustres visitantes, pois nós portugueses, fomos os primeiros estrangeiros a chegar a estas paragens, em 1511, a cerca de 5 séculos atrás. Depois de largar, começamos a caçar pano, para ostentar orgulhosamente as cruzes de Cristo ao sabor do vento, para gáudio dos muitos Tailandeses que se encontravam no cais
Demos assim inicio, a mais uma tirada, esta uma das mais curtas desta longa missão, 900 milhas nos separam do próximo porto, Singapura. Voltamos a rotina diária, do “sobe larga todo o pano ferrado e desce”, “aderiças e escotas da vela de estai, bujarrona de dentro, estai da gávea”, “obras dos papa-figos” entre muitas outras ordens em faina geral de mastros. Começamos a descer o rio Chau Phraya, que nos vai levar ao golfo da Tailândia, para navegarmos durante quatro dias até a cidade de Singapura, onde está previsto atracar pelas 10h do dia 19 de Outubro, nove meses depois de termos iniciado, esta grande missão, da “Volta ao Mundo”.
República de Singapura

É uma cidade-estado insular localizada no extremo sul da península malaia, situada 137 quilómetros ao norte do equador, do sul do estado Malaio de Johor e das Ilhas Riau, no norte da Indonésia. Com 710,2 km², Singapura é um micro estado e o menor país do Sudeste Asiático. É substancialmente maior do que Mónaco e Vaticano, as outras únicas cidade-estado soberanas sobreviventes.
Antes da colonização europeia a ilha, agora conhecida como Singapura, foi o local de uma vila de pescadores malaios na foz do rio Singapura .Em 1819, a Companhia Britânica das Índias Orientais, liderada por Sir Stamford Raffles, estabeleceu uma feitoria na ilha, que foi utilizada como um porto na rota das especiarias. Singapura se tornou um dos mais importantes centros comerciais e militares do Império Britânico e centro do poder britânico no sudeste da Ásia.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a colónia britânica foi ocupada pelos japoneses após a Batalha de Singapura, que Winston Churchill chamou de "a maior derrota da Grã-Bretanha". Singapura reverteu-se para o domínio britânico em 1945, imediatamente após a guerra. Dezoito anos depois, em 1963, a cidade, tendo alcançado a independência do Reino Unido, fundiu-se com Malaia, Sabah e Sarawak para formar Malásia. No entanto, a operação não foi bem sucedida e, dois anos depois, separou-se da Federação e tornou-se uma república independente dentro da Comunidade das Nações, em 9 de Agosto de 1965. Singapura foi admitido nas Nações Unidas em 21 de Setembro do mesmo ano.
Desde a independência, o padrão de vida de Singapura aumentou de forma drástica, Singapura é o 5º país mais rico do mundo em termos do PIB (PPC) per capita, tornou-se num dos mais importantes centros comerciais. Em 2009, a Economist Intelligence Unit classificou Singapura como a décima cidade mais cara do mundo para se viver e a terceira mais cara da Ásia, depois de Tóquio e Osaka. A população de Singapura, incluindo os não residentes, é de cerca de 5 milhões de habitantes.

A despedida, desta grande cidade que é BANGUECOQUE…


14 De Outubro, chega ao fim a permanência nesta alucinante cidade do extremo oriente, onde é difícil descrever por palavras, pois assim como o seu nome original, a própria cidade é complexa e definitivamente única no mundo. Cidade com mil e uma atracções, destacar uma entre elas, é uma tarefa difícil, cidade que é famosa por ser agitadíssima após o pôr-do-sol. Uma metrópole gigante e cheia de maravilhosos contrastes, onde se misturam o oriente e o ocidente, ou antes vários orientes e vários ocidentes. Onde uma pessoa se perde no caos urbano e se reencontra, o seu transito caótico extremamente congestionado, e facilmente compreendemos o porque das pessoas utilizarem mascaras enquanto transitam pelas ruas, mas como disse é só uma primeira abordagem, depois de entrarmos no ambiente desta capital asiática, facilmente nos deixamos conquistar pelo seu estilo tão único de vida. Podemos até catalogar a cidade de ambígua, pois se por um lado temos a forte presença da religião Budista, liderada nada mais nada menos que pelo principal templo Budista do mundo, Templo do Buda Esmeralda (Wat Phra Keow), por outro lado onde se pode comprovar, como se mantém vivas as tradições de uma cidade que é definida por muitos, como a capital do sexo e do pecado, pela quantidade de locais dedicados a tais tradições. Mas a Tailândia não é só luxúria e perdição, também se pode conhecer locais como, “Floating Market” (mercado flutuante), pitoresco mercado que fica situado fora da cidade, cerca de 1 hora de carro, um mundo de dezenas de embarcações miúdas (um género de piroga) que baloiçam no meio de canais estreitos entre pequenas lojas em ambas as margens que vendem desde artesanato, roupa, os mais variados e conspícuos chapéus tradicionais, fruta e outros tipos de comida, uma espécie de Veneza Asiática onde tudo se regateia. E continuando na onda dos mercados, não poderia deixar de referenciar o famoso mercado “Chatuchak” onde tudo o que se pode imaginar, para venda se encontra aqui, os preços têm que ser regateados, por vezes consegue-se o produto por menos de metade do preço, que é pedido inicialmente. Estende-se por mais de 35 hectares e tem cerca de 9 000 vendedores, mais de 400 000 pessoas visitam este labirinto de mercadorias, em cada fim-de-semana, tornando-o o maior do mundo. Outro dos pontos de interesse desta maravilhosa cidade é as ruínas de “Aytthaya” cidade que foi capital do Sião, (Tailândia actual), por mais de 400 anos até cair nas mãos dos Birmaneses, representa uma época com características únicas na arte siamesa.
E claro que não podemos deixar de fazer referência ao seu caótico trânsito e,
é que embora as infra-estruturas rodoviárias estejam bem concebidas, parece que o parque automóvel cresce a cada dia que passa, e a melhor maneira para evitar este terrível mal é claro o famoso “tuk tuk” nome que recebe o característico táxi tailandês, que não é nada mais do que uma scooter, adaptada para levar 2 ou 3 passageiros, este veículo consegue não só furar as filas da cidade, mas também atingir velocidades que nos permitem chegar rapidamente a qualquer parte da cidade, claro que o seu preço como tudo em Banguecoque, tem de ser regateado…
Entre o formigueiro de orientais que concentram a atenção à nossa passagem, onde o seu olhar de curiosidade positiva e o seu sorriso de hospitalidade, e em cada dúvida cada informação solicitada, está sempre alguém pronto a expressar-se o melhor possível.
Uma cidade onde ficamos maravilhados com cada pormenor que observamos… uma das melhores cidades que visitamos… venha agora Singapura…

Mais fotos de Banguecoque

Fotos da nossa estadia em Banguecoque

CHEGADA A BANGUECOQUE…

Ao fim de dez dias de tirada, onde cruzamos o mar de Java, o mar do sul da China e por fim o Golfo da Tailândia, e estando a cerca de 150 milhas de atracar em mais uma cidade, Banguecoque, capital da Tailândia, onde está previsto atracar amanhã, dia 9 de Novembro. Tirada que decorreu com alguma serenidade, mar calmo, temperaturas elevadas com muita humidade a mistura, a chuva por vezes a fazer-nos companhia com alguma intensidade. Tirada onde transpusemos pela quarta e ultima vez a latitude 0, desta feita do hemisfério sul para o hemisfério norte. Mares onde tem ocorrido algumas acções de pirataria, o que levou a ter que redobrar a segurança de presumíveis ataques vindos do exterior. Ao inicio da manhã do dia 09 de Out. embarcámos o piloto, que nos governou ao longo de três horas rio acima, onde atracamos na margem esquerda do rio Chau Phraya, tínhamos acabado de chegar a Banguecoque.

Banguecoque, é a capital e a maior cidade da Tailândia. Situa-se na margem esquerda do rio Chao Phraya nas proximidades do Golfo da Tailândia (ou golfo de Sião). Tem cerca de 10.061.726 milhões de habitantes. É a capital do país desde 1782.

Banguecoque é apenas uma abreviação do nome da cidade, que consta no livro dos recordes do Guinness como o maior nome de cidade do mundo: Krung Thep Mahanakhon Amon Rattanakosin Mahinthara Yuthaya Mahadilok Phop Noppharat Ratchathani Burirom Udomratchaniwet Mahasathan Amon Piman Awatan Sathit Sakkathattiya Witsanukam Prasit, possui 152 letra. Uma complexa rede de canais deu à cidade o epíteto de Veneza do leste. Ainda hoje os canais são ricos de trânsito e embarcações, habitadas como no passado, onde se têm também numerosos mercados

TAILANDIA, localizada no sudoeste asiático, sendo limítrofe, com o Laos e o Camboja, ao leste, Myanmar a Oeste, e a Malásia a sul. A Tailândia é também conhecida como Sião, que era o nome do país até meados de 1945.

Localização de Banguecoque na Tailândia

O adeus á Indonésia


Ao passar mais um mês, e quando faltam 82 dias para o tão aguardado regresso a terras que nos viram partir para esta odisseia em volta do mundo. Hoje dia 1 de Outubro, primeiro dia da tirada rumo á Tailândia e sua capital Banguecoque, que é considerada a Veneza do Leste. Tirada de 1400 milhas (2592 km), onde está previsto atracar dia 9 de Outubro. Após 4 dias de estadia na capital da Indonésia, Jacarta, cidade que não deixa muitas saudades, com poucos locais de interesse, a cidade como um todo é suja, o seu trânsito louco e desorganizado, onde os engarrafamentos são colossais, o mar de pequenos motociclos que circulam nas suas artérias, provocando muita poluição no ar e muita poluição sonora, a sua atmosfera é irrespirável, considerada uma das cidades mais poluídas do mundo. O local de atracação, sendo um porto comercial, e longe do centro de Jacarta (cerca de 1 hora), também não ajudou. Temos de enaltecer o esforço que foi feito pela embaixada, que colocou a disposição do navio um autocarro a fim de transportar a guarnição para Jacarta e vice-versa.
Como fã incondicional da maior banda do mundo os “U2”, não poderia deixar passar a oportunidade de registar a sua passagem por Coimbra no próximo Sábado, onde iria estar presente, mas esta profissão tem destas coisas, ganha-se por um lado perde-se por, outro. Joãozinho para ti que é o teu primeiro grande concerto, desfruta desse grande momento, porque é único. Bom Concerto…