A bordo os dias sucedem-se serenamente, ao sabor da rotina diária, hoje dia 3 de Setembro, continuamos a avançar rumo a Timor-Leste, nesta que é uma das maiores tiradas da viagem. Depois de nos termos livrado da fúria de três tufões (com alguma sorte, mas sorte protege os audazes!) no mar do sul da China, permanecemos a navegar para sul, onde durante alguns dias navegamos junto do arquipélago das Filipinas, sempre por bombordo. País formado por um arquipélago com 7100 ilhas, situado no oeste do Oceano Pacifico, tem como capital Manila. Durante o fim-de-semana, onde fomos fustigados por fortes aguaceiros e alguma agitação do mar, o que provocou estragos numa das velas de proa (bujarrona de dentro), situação que levou os marinheiros do Gurupés a terem trabalho extra durante todo o Domingo. A semana começou tranquila, e devido á tirada ser longa, as secções aproveitam para executar alguns dos serviços mais morosos, como tratamento de madeiras (vernizes), o tempo esse, não tem colaborado para realização deste tipo de trabalhos, devido aos muitos aguaceiros que ocorrem nestas latitudes, durante esta época do ano, efectua-se também alguns trabalhos de marinharia que requerem alguma e destreza e perspicácia dos marinheiros mais antigos. Também se aproveita para executar alguns exercícios como, avaria no leme, exercício de homem ao mar, exercício de defesa própria do navio contra ataques de presumíveis piratas. Durante a tarde de quarta-feira, mais uma vez o navio este aberto a banhos nestas águas tépidas (28o) desta zona do globo, à noite ouve um jantar convívio no poço para toda a guarnição. Navegamos agora em águas que banham a Indonésia, país do sul da Ásia, constituído por 13 677 ilhas (das quais 6 000 não são habitadas), Indonésia é o maior arquipélago do mundo, a capital é Jarcata, próxima paragem depois de Dili.
Nesta etapa da nossa viagem aproximamo-nos de uma zona onde é preciso tomar precauções contra a Malária. Doença que se transmite pela picada de mosquitos que provoca febres muito elevadas, acima dos 40o, onde pode provocar a morte. Hoje o serviço de saúde começou a realizar a profilaxia que consiste na toma de 1 comprimido uma semana antes de chegar a zona endémica, mantendo essa toma semanal até quatro semanas depois de sair da zona endémica.
No inicio do mês de Setembro tínhamos percorrido 25 514 milhas (47 251 km), sendo 19 114 milhas a motor e 6 400 a vela perfazendo 3 434 horas de navegação, faltando hoje dia 3 Set. 110 dias para chegarmos ao porto mais aguardado de toda a viagem, o porto da bela cidade de Lisboa.
2 comentários:
Boa tarde. Uma vez mais agradeço ao Sr.Vieira pela publicação destas crónicas, que nos mantêm actualizados e faz-nos sentir mais próximos de quem nos é querido.Muito obrigada do fundo do coração.Tem uma passagem onde diz que "a sorte protege os audazes", mas a vossa experiência também contribuiu com toda a certeza:)Um abraço a toda a guarnição e um beijo especial para o meu marido, o Sargento ETC Ferreira!
Tál como a Sónia tambem agradeço ao S Vieira, pelas cronicas que nos deixam um pouco mais aliviados. Que continuem com muito mar chão e ventos de feição, que não surja nehum problema de saúde a nenhum dos nossos marujos. Um beijo para todos e como sempre um maior para o meu filho Manuel Silva
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